Eu sou curiosa muito curiosa mesmo. Tudo o que tem um lugar escondido, um buraquinho guardando um espaço escuro por dentro, uma caixa com a tampa semi aberta, um bolso na calça de alguém, uma bolsa de mulher daquelas grandes cheia de cacarecos, me interessa. Me dá uma coceira na alma quando não sei o que tem em certo lugar, ou quando descubro um cheiro novo, como quando usam temperos inéditos na cozinha e me sinto obrigada a ir lamber o prato com os restos daquele estranho sabor. Isso tudo é a curiosidade. A coisa nova é que dá vontade na gente (tudo bem, eu não sou gente...) de se manter no mundo com vida. Novidades movem nossos impulsos que nos empurram até o próximo passo. Minhas memórias guardo com muito carinho pois tenho certeza que elas são filhas das novidades. Filhas, netas, bisnetas e daí pra frente, pra trás e pros lados. Alguém (não só seres humanos são alguém. Gatos e outros bichos também são alguém) que não tenha curiosidade provavelmente não tem vida, pois passa a respirar na inércia e ponto final. Sem curiosidades nos tornamos seres imóveis e inexpressivos, afinal sendo assim não há vontade e necessidade de saber o que vem depois. Ou seja: por favor, peço a todos que lerem esse texto que eu, uma gata comum e curiosa escreve, continuem sempre sendo muito curiosos. Permaneçam vivos com graça.
Miau
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
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